quarta-feira, 17 de novembro de 2021

REVISTA GÊNERO NA AMAZÔNIA - PRORROGADO O PRAZO - ATÉ 30/11

 


PRORROGADO O PRAZO - ATÉ 30/11 - DE ENVIO DOS ARTIGOS PARA O DOSSIÊ: MULHERES, CULTURA E IDENTIDADE NEGRA - EDIÇÃO 20a - REVISTA GÊNERO NA AMAZÔNIA
A comissão editorial da revista está na expectativa de receber artigos para o Dossiê, proposto por professores e professoras da UFPA - Antonia Lenilma Meneses de Andrade (UNESP) Carolina Christiane de Souza Martins (UFPA) Luiz Augusto Pinheiro Leal (UFPA) Siméia de Nazaré Lopes (UFPA).
O tema está em processo de debate na sociedade brasileira. Pontos do Dossiê sugeridos no Edital :
1. Corpos femininos e cultura negra: luta política, empoderamentos e resistências.
2. Protagonismos femininos: memórias e biografias de mulheres negras em comunidades.
3. Mulheres negras em movimento: educação, quilombos e aldeias.
4. Pluralidades identitárias: mulheres negras, LGBTQI+ e militâncias feministas.
5. O feminino na cultura popular e nas representações folclóricas.
6. Literatura, música e outras linguagens artísticas: expressões sobre as relações de gênero

terça-feira, 21 de setembro de 2021

CHAMADA - REVISTA GÊNERO NA AMAZÔNIA – 20ª EDIÇÃO - DOSSIÊ: MULHERES, CULTURA E IDENTIDADE NEGRA

 


O corpo, ao longo dos séculos, sempre foi tema de preceitos, tabus, ritualizações e controle social inspirado no modelo da cultura ocidental. O corpo feminino, quando considerado aceito em suas manifestações, inspirou poesias, pinturas, músicas, esculturas, além de outras práticas artísticas. A valorização era estética e sensual, o corpo para consumo e controle. Em relação ao corpo negro, a submissão à lógica hierarquizadora do sistema escravista criou um campo de significado negativo que persistiria através da mentalidade racista. Se predominava, antes, uma exaltação ao corpo feminino, a intersecção entre gênero e raça passou a provocar novas representações e necessidades de controle. De modo paralelo ao mundo artístico patriarcal, também foram construídos discursos que visavam a controlar o corpo feminino negro, “particularmente no que dizia respeito ao campo de sua gestualidade, ou mais precisamente, da sua linguagem corporal. O corpo feminino deveria ser contido naquilo que poderia significar para a sociedade.” (LEAL; OLIVEIRA, 2009, p. 137). Por isso, quando associado a práticas culturais negras, esse corpo chamou a atenção das autoridades disciplinadoras. A repressão a estas mulheres acabou ficando registrado na história e, como uma mensagem de náufrago, nos chega como instrumento de esperanças para as lutas contemporâneas.

Vicente Salles foi um dos primeiros pesquisadores a investigar essa temática em relação à Amazônia. Ele notou que, sempre que o corpo negro feminino alcançava algum empoderamento comunitário ou individual, recebia duras repressões das autoridades.  Era o desejo de controlar, eliminar ou folclorizar práticas culturais negras que limitavam o esforço de organização sociocultural de mulheres. Em 1969, Salles destacou a figura de Francisca Lima do Espírito Santo, tia Pê, como a pessoa de maior destaque para a prática do carimbó na cidade de Vigia/PA (SALLES; SALLES, 1969). Antes, Salles havia nos apresentado a ação das mulheres Taieras do Umarizal. Mulheres negras, lavadeiras, que conciliavam o canto com o trabalho. Além delas, outras organizações de mulheres, associadas ao mundo cultural, foram apresentadas pelo pesquisador (SALLES, 2004). Em relação a ação de mulheres negras do interior, Maria Felipa, a liderança quilombola mais destacada do Baixo Tocantins, foi redescoberta através da pesquisa de Benedita Celeste (PINTO, 2010). Felipa, guardiã de saberes tradicionais, conduziu o quilombo do Mola por muitos anos no contexto da luta contra a escravidão. Em 1997, entre os vários resultados da rede GEPEM/REDOR, a publicação do livro Desafios de identidade trouxe à tona a história da mais antiga mulher capoeira do Brasil, a cafuza Jerônima, presa no Pará em 1876 (MIRANDA; SANTOS, 1997). O conhecimento sobre sua história ajudou na mobilização de mulheres, como a capoeirista Sílvia Pé de Anjo (in memoriam), visando a organização do Movimento Capoeira Mulher. O Encontro foi tão bem sucedido que já dura mais de vinte anos. Outros exemplos poderiam ser citados aqui, mas o objetivo é apenas ilustrar as possibilidades que podem vir à tona quando o interesse de pesquisa se volta para referenciais não convencionais associados ao patriarcalismo. Essa é a base da proposta para esse dossiê temático apresentado à Revista Gênero na Amazônia.

O dossiê Mulheres, cultura e identidade negra articula temas de imenso valor social e histórico para refletir as relações de gênero e perspectivas de ação feminina em diferentes situações culturais, levando em consideração as análises teórico-metodológicas a partir do conceito de feminismo interseccional (AKOTIRENE, 2019). Com base nessas questões, é possível pensar como a atuação, a trajetória e a história dessas mulheres estão se relacionando e interferindo nas suas experiências de vida diante das múltiplas opressões de gênero que elas vivenciaram ou vivenciam. A estrutura social, na qual essas mulheres atuam, se aglutina para além das relações de gênero, pois integram questões como racismo, sexualidade e sexismo. As relações sociais também podem ser compreendidas como campo de ação e articulação entre os diferentes sujeitos. É no meio social, através de trajetórias individuais ou coletivas, que mulheres vivenciam tensões e sociabilidades de gênero relacionadas com a experiência da diáspora africana para o Brasil. Desse modo, este dossiê se divide em seis seções que visam alcançar a pluralidade das experiências femininas relacionadas a identidade negra:

 

1.     Corpos femininos e cultura negra: luta política, empoderamentos e resistências.

2.     Protagonismos femininos: memórias e biografias de mulheres negras em comunidades.

3.     Mulheres negras em movimento: educação, quilombos e aldeias.

4.     Pluralidades identitárias: mulheres negras, LGBTQI+ e militâncias feministas.

5.     O feminino na cultura popular e nas representações folclóricas.

6.     Literatura, música e outras linguagens artísticas: expressões sobre as relações de gênero.

 

Nos interessam abordagens que revelem mulheres, ou coletividades femininas, como protagonistas de práticas culturais negras de alcance coletivo. A história de mulheres relacionadas a saberes afro brasileiros, como capoeira, carimbó, samba do cacete, samba de roda etc. Estes saberes podem nos ensinar muito sobre outras lógicas de empoderamento feminino, sociabilidades e tensões de gênero. Também cabem nesta chamada: a ação de lideranças femininas, através da afirmação de identidades negras; personalidades significativas de organização das comunidades quilombolas, cujos referenciais de destaque ou ancestralidade são femininos; mulheres com saberes de “dom” predominantemente femininos, como as benzedeiras e parteiras, são bem vindos para a composição deste dossiê. Que novas leituras sobre a ação coletiva de mulheres e o significado do corpo negro feminino possam nos ajudar a repensar a história e a cultura amazônica.

 

Referências:

 

ALVARES, Maria Luzia Miranda; SANTOS, Eunice Ferreira dos (org.). Desafios de identidade: espaço-tempo de mulher. Belém: Editora Cejup: GEPEM/REDOR, 1997.

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

LEAL; OLIVEIRA. Capoeira, identidade e gênero. EDUFBA: Salvador, 2009, p. 137.

PINTO, Benedita Celeste de Moraes. Filhas das Matas: práticas e saberes de mulheres quilombolas na Amazônia Tocantina. Belém: Editora Açaí, 2010.

SALLES, V.; SALLES, M. I. Carimbó: trabalho e lazer do caboclo. Revista Brasileira de Folclore. Rio de Janeiro: CDFB/MEC, v. 9, n.25, set./dez. 1969.

SALLES, Vicente. o negro na formação da sociedade paraense. Belém: Editora Paka-Tatu, 2003.

 

quinta-feira, 22 de julho de 2021

19ª edição da Revista Gênero na Amazônia: O Fenômeno da Pandemia em Perspectiva de Gênero e Feminismos"

 


Já está disponível, de forma online, a 19ª edição da Revista Gênero na Amazônia, com o Dossiê e Relatos nominados: "O Fenômeno da Pandemia em Perspectiva de Gênero e Feminismos".

 

A pandemia da Covid-19 iniciou em 2020 e prossegue em 2021, em âmbito planetário, como um fenômeno que atinge as esferas biológica, econômica, psicossocial e a saúde mental da humanidade, a despeito do negacionismo de governantes mundiais que circunda a doença.

 

O fenômeno social da pandemia levanta questões centrais de pesquisa sobre as relações entre Estado, Sociedades e Regulações do Mercado, o tipo de ordem política e social vigente nos diferentes países e sobre como se reage individual e coletivamente aos riscos. Portanto, o compromisso da Revista Gênero na Amazônia é trazer à tona debates sobre políticas sociais/vacinas, equipamentos de saúde, medidas de prevenção, auxílios materiais e financeiros a vulneráveis, redes de proteção social etc.

 

O Dossiê permite uma compreensão acurada da pandemia, sobretudo aplicando olhar de gênero e dos feminismos sobre as relações de poder, pois o vírus não atinge a todos indistintamente. Sua difusão e os riscos de acometimento da doença cruzam-se com as estruturas de desigualdade vigentes, dentre as quais as desigualdades de gênero são fundamentais de se observar. O volume se alinha com a preocupação de contribuir para o entendimento do fenômeno da pandemia da COVID-19, atento às demandas e mobilizações da sociedade, particularmente dos movimentos sociais de mulheres que criticam a visão de mundo patriarcal que fundamenta a ordem social e econômica. E abre espaço para a produção pertinente no Brasil e, em particular, na Amazônia.

 

Boa leitura!

 

19ª edição da Revista Gênero na Amazônia: "O Fenômeno da Pandemia em Perspectiva de Gênero e Feminismos": http://www.generonaamazonia.com/edicao-19.php

segunda-feira, 5 de julho de 2021

I Encontro de Educação Popular feminista

 O I Encontro de Educação Popular Feminista tem como finalidade promover a produção do conhecimento científico em diálogo com diversos saberes atravessados por afetos e sentimentos, promovendo espaços de diálogos entre diversas vivências, dores e conhecimentos, presente na formação humana e nas das identidades femininas.


Seu Tema: A Urgência de uma Prática Educativa Popular Feminista Antipatriarcal, Antirracista, Anticapacitista e Anticapitalista é de fundamental importância para pensarmos, fortalecermos e identificamos diferentes práticas de educação popular feminista, especialmente, neste contexto que avança o conservadorismo, o machismo e o aumento da violência com as identidades femininas.
 
 

domingo, 20 de junho de 2021

X Seminário O Amor está no Ar: Novas Perspectivas sobre o Amor

 

Em 2011, após a conclusão de sua tese de doutoramento sobre o amor, a Profa. Telma Amaral, da Faculdade de Ciências Sociais (FACSO) e do Programa de Pós- Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA), achou que seria interessante pautar o tema em suas variadas possibilidades de análise e interpretação. Foi assim que, em 2012, surgiu o Seminário “O Amor está no Ar...” em sua edição. De lá para cá, sempre no mês de junho, aproveitando a festiva (e comercial) data do Dia das/os Namoradas/os e a alegria contagiante das festas juninas – agora impedidas de acontecer por conta da pandemia da Covid-19 –, o evento passou a compor a agenda do GEPEM/UFPA e a da pesquisadora. É o momento de parar para falarmos de amor! 

 

Neste ano de 2021, em sua 10ª edição, os debates sobre o tema em pauta serão direcionados a partir das “Novas perspectivas sobre o Amor”. A referência direta é à obra Tudo sobre o amor: novas perspectivas (Elefante, 2020) de Bell Hooks, feminista negra norte-americana e intelectual interessada no amor como ação política. Ainda que a expressão “Novas Perspectivas” possa dar a falsa ideia de que se trata de algo inédito, os temas que serão tratados no seminário têm ares de novidade em perspectivas que possibilitam profundas reflexões em torno de uma nova ética amorosa fora do eixo da cisheteronormatividade e do amor romântico.

E para apresentar algumas das reflexões partindo do pensamento de Bell Hooks teremos como convidado Vinicius da Silva, artista, pesquisador, tradutor, graduando em Educação Artística/Artes Visuais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista da Revista Ruído Manifesto e que, desde 2017, vem desenvolvendo pesquisa sobre o pensamento de bell hooks; algumas dessas reflexões serão publicadas no livro Fragmentos do Porvir (Editora Ape’Ku, em breve).

O convite está feito!

Você está super convidade a participar desta instigante conversa!

Informações:

X Seminário O Amor está no Ar: Novas Perspectivas sobre o Amor.
Dia: 24/06/2021
Hora: 19h
Local: Facebook GEPEM/UFPA: https://www.facebook.com/projetogepem/

Coordenação/Organização e Contato:

Telma Amaral (telmaral@ufpa.br)
Milton Ribeiro (milton.ribeiro@uepa.br)

terça-feira, 27 de abril de 2021

Prorrogação da data de submissão da Revista "Gênero na Amazônia" Edição nº 19 – janeiro-junho 2021

 


A data de submissão dos artigos tem nova data, anote aí: 30 de maio de 2021.

 
A Revista Gênero na Amazônia apresenta o chamado para a publicação da Edição nº 19 – janeiro-junho 2021, com a temática “O fenômeno social da pandemia em perspectiva de gênero e feminismos.”
A pandemia da Covid-19, desde o início de 2020, tornou-se muito mais do que um fenômeno biológico, mas a difusão de um coronavírus em nível planetário. Intenta-se compreendê-lo como circunscrito ao âmbito da natureza, atribuindo-lhe a grande responsabilidade nos infortúnios que os países, as economias, as comunidades têm enfrentado desde então. A conveniência de conseguir debelá-lo com imunizantes, configura-se esperançar ao retorno de uma “vida normal”. Qual o “novo normal”, então?
 
O fenômeno social da pandemia levanta questões centrais de pesquisa sobre o tipo de ordem social e política vigente nos diferentes países e sobre como se reage coletivamente aos riscos. Essas questões incluem as relações Estado e sociedade, a adoção de políticas sociais - vacinas, equipamentos de saúde, medidas de prevenção, auxílios materiais financeiros a vulneráveis, redes de proteção social etc. - vis-à-vis as demandas dos mercados, em especial os mercados financeiros.
 
Há uma série de escolhas públicas a serem feitas, que são escolhas econômicas e políticas, e cuja compreensão acurada requer o olhar de gênero e dos feminismos sobre as relações de poder. Por outro lado, o vírus não atinge a todos indistintamente. Sua difusão e os riscos de acometimento da doença cruzam-se com as estruturas de desigualdade vigentes, dentre as quais as desigualdades de gênero são fundamentais de se observar.
 
No momento presente, em que um fenômeno biossociológico de escala global, como é a pandemia, suscita uma série de questões sobre nossas escolhas coletivas, importa então trazer ao conhecimento e ao debate público as dimensões sociais de gênero em causa. Assim, indaga-se: Como mulheres, homens, pessoas LGBTQI+, de diferentes idades, classe social, identidades étnicas, vivem e sofrem as repercussões da pandemia? Como experimentam o distanciamento social? Buscam soluções para enfrentar os desafios?
O presente número da Revista Gênero na Amazônia alinha-se com a preocupação de contribuir para o entendimento do fenômeno da pandemia segundo o olhar original sobre as relações de gênero, atento às demandas e mobilizações da sociedade, particularmente dos movimentos sociais de mulheres que debatem criticamente a visão de mundo patriarcal que fundamenta a ordem social e econômica. E abre espaço para a produção pertinente no Brasil e, em particular, na Amazônia.
 
Este dossiê conterá duas seções. A primeira seção, intitula-se Estudos sobre o fenômeno social pandemia, sob a perspectiva de gênero e feminismos. Será composta de artigos acadêmicos (cf. Normas da Revista), que sejam fruto de pesquisas empíricas, de revisão de literatura, ou ensaio teórico, versando sobre aspectos relacionados à pandemia com abordagem de gênero e feminismos, analisando o modo como a crise sanitária aciona noções sobre a casa, produzidos efeitos diferenciados para as mulheres nesse contexto. Assim, são bem-vindos estudos sobre a experiência laboral nestes tempos, tais como exercer o trabalho à distância, novas formas de emprego e desemprego, estratégias para combinar trabalho e família, estudo, maternidade e paternidade, casamento, namoro, atuação política, enfim, em múltiplas condições de gênero e etnia, a perspectiva da interseccionalidade, conforme influenciam ou são impactadas pelas pressões que a pandemia acarreta. Igualmente, acolherá artigos que versam sobre a sociabilidade em tempos de distanciamento social, sobre a inserção ou o esgarçamento de redes sociais, desde as redes familiares, de vizinhança, as profissionais, ou de outra natureza. O distanciamento afeta as redes de relações? Reforça vínculos por meio digital em detrimento das interações face a face? A distância social gera ou amplia ansiedades e onde fica a saúde mental? Promove novas habilidades? Trata-se, enfim, de examinar como as pessoas estão vivendo os processos sociais decorrentes da pandemia, do plano macro ao micro sociopsicológico.
 
A segunda seção do dossiê está aberta a textos livres sobre a vida pessoal e/ou social durante a pandemia. Terá como título Faces da vida social em tempos pandêmicos. Serão aceitos textos (no português culto) nas categorias relatos de experiência, narrativas, histórias de vida, reflexões, testemunhos, registros fotográficos, crônicas etc. São materiais que ofereçam conhecimentos sobre como diferentes pessoas, grupos e coletivos enfrentam e pensam sobre os desafios do tempo presente, o distanciamento dos pares e dos próximos, experimentam ansiedades em diferentes graus, no lar ou em público, mantendo o olhar para as relações de gênero, para a vivência das masculinidades e feminilidades, as experiências de pessoas LGBTQI+, de diferentes cores e etnias...

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Revista "Gênero na Amazônia" - Edição nº 19 – Janeiro - Junho 2021

 


A Revista Gênero na Amazônia (ISSN 2238-8184) apresenta esta chamada para a Edição nº 19 – janeiro-junho 2021, até 30 de abril 2021, com a temática O fenômeno da pandemia em perspectiva de gênero e feminismos. Convida a submeter artigos científicos, relatos de experiências, ensaios, revisões narrativas, produzidos individualmente, ou em grupo de até cinco autores.

A pandemia da Covid-19, desde o início de 2020, é muito mais do que um fenômeno biológico, isto é, a difusão de um corona vírus em âmbito planetário. É grande, no entanto, a tentação de compreendê-lo como circunscrito ao âmbito da natureza e, assim, atribuir-lhe a grande responsabilidade nos infortúnios que os países, as economias, as comunidades têm enfrentado desde então. A conveniência de conseguir debelá-lo com imunizantes, configura-se esperançar ao retorno de uma “vida normal”. Qual o “novo normal”, então? Seria transitar cotidianamente em seus afazeres, com reduzida reflexão sobre as desigualdades que afetam a condição humana?

Lembramos que o debate amplamente divulgado nos meios massivos e pós-massivos é entre saúde e economia; entretanto, é mais do que as duas dimensões, já que afeta a vida e o viver; a sanidade psicológica, mental e social; bem como acarreta miséria, aumento das tensões entre as famílias, mantendo mulheres, idosos e crianças reféns em suas próprias casas e submetidos a formas de violência, abusos, explorações e finitude. Este debate é inerente a esta chamada.

O fenômeno social da pandemia levanta questões centrais de pesquisa sobre as relações entre Estado, Sociedades, e Regulações do Mercado, o tipo de ordem política e social vigente nos diferentes países e sobre como se reage individual e coletivamente aos riscos. Portanto, o compromisso da Revista Gênero na Amazônia, nesta convocação, é também o debate acerca da adoção de políticas sociais - vacinas, equipamentos de saúde, medidas de prevenção, auxílios materiais e financeiros a vulneráveis, redes de proteção social etc.

Consideramos importante refletir sobre as escolhas públicas, que são unicamente pautadas em bases econômicas e políticas. Tal análise requer uma compreensão acurada, com o olhar de gênero e dos feminismos sobre as relações de poder, sobretudo porque o vírus não atinge a todos indistintamente. Sua difusão e os riscos de acometimento da doença cruzam-se com as estruturas de desigualdade vigentes, dentre as quais as desigualdades de gênero são fundamentais de se observar.

A Universidade pode contribuir para construção de argumentos para o debate público das dimensões sociais de gênero; das formas como mulheres, homens, pessoas LGBTQI+, de diferentes idades, classe social, identidades étnicas, vivem e sofrem as repercussões da pandemia; como experimentam o distanciamento social e buscam soluções para enfrentar os desafios.

O presente número da Revista Gênero na Amazônia alinha-se com a preocupação de contribuir para o entendimento do fenômeno da pandemia da COVID-19, atento às demandas e mobilizações da sociedade, particularmente dos movimentos sociais de mulheres que criticam a visão de mundo patriarcal que fundamenta a ordem social e econômica. E abre espaço para a produção pertinente no Brasil e, em particular, na Amazônia.

Este dossiê conterá duas seções. A primeira seção, intitula-se Estudos sobre o fenômeno pandemia, sob a perspectiva de gênero. Será composta de artigos acadêmicos, que sejam fruto de pesquisas empíricas, de revisão de literatura, ou ensaio teórico, versando sobre aspectos relacionados à pandemia com abordagem de gênero. Assim, são bem-vindos estudos sobre a experiência laboral nestes tempos, tais como exercer o trabalho à distância, formas de emprego e desemprego, estratégias para combinar trabalho e família, estudo, maternidade e paternidade, casamento, namoro, atuação política, enfim, em múltiplas condições de gênero e etnia, conforme influenciam ou são impactadas pelas pressões que a pandemia acarreta.
Igualmente, acolherá artigos que versam sobre a sociabilidade em tempos de distanciamento social, sobre a inserção ou o esgarçamento de redes sociais, desde as redes familiares, de vizinhança, as profissionais, ou de outra natureza. O distanciamento afeta as redes de relações? Reforça vínculos por meio digital em detrimento das interações face a face? A distância social gera ou amplia ansiedades? Ou promove novas habilidades? Trata-se, enfim, de sondar como as pessoas estão vivendo os processos sociais decorrentes da pandemia, do plano macro ao microssociológico.

A segunda seção do dossiê está aberta a textos livres sobre a vida pessoal e/ou social durante a pandemia. Terá como título Faces da vida social em tempos pandêmicos. Serão aceitos textos nas categorias relatos de experiência, narrativas, histórias de vida, reflexões, testemunhos, registros fotográficos, crônicas etc. São materiais que ofereçam conhecimentos sobre como diferentes pessoas, grupos e coletivos enfrentam e pensam sobre os desafios do tempo presente, o distanciamento dos pares e dos próximos, experimentam ansiedades em diferentes graus, no lar ou em público, mantendo o olhar para as relações de gênero, para a vivência das masculinidades e feminilidades, as experiências de pessoas LGBTQI+, de diferentes cores e etnias.

http://www.generonaamazonia.com/index.php

segunda-feira, 8 de março de 2021

8M - DIA INTERNACIONAL DA(S) MULHER(ES)

 

"Precisamos ser criadas para a liberdade. O mundo é grande demais para não sermos quem a gente é.", Elza Soares.

8M - DIA INTERNACIONAL DA(S)
MULHER(ES)

Um dia de pensar na nossa luta e na luta de outras mulheres que aos poucos foram conquistando os pedaços de vida que tiravam de nós! A todas nós, ergamos a taça das luzes para que estas iluminem mais mulheres e os homens que ainda não entenderam nossa presença no mundo!

TODAS AS MULHERES DO MUNDO, PRESENTE!


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

ANAIS DO 5º ENCONTRO AMAZÔNICO SOBRE MULHERES E GÊNERO


ANAIS DO 5º ENCONTRO AMAZÔNICO SOBRE MULHERES E GÊNERO

Disponíveis no endereço: https://url.gratis/UEBVE

Os Anais do referido Encontro realizado em 19 a 21 de novembro de 2019. As/os autoras/es podem acessar seus artigos apresentados por Área Temática.

Houve demora devido ao D.O.I. solicitado para o Encontro e para cada artigo (que está sendo registrado em cada um). Agradeço ao João Santiago, um dos assessores e pesquisador do GEPEM que organizou o material e fez os contatos com os responsáveis pelo sistema de identificação de documentos (D.O.I.) para que fosse possível publicar todos os artigos apresentados nesse evento. São 1023 páginas.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Revista Gênero na Amazônia Edição nº 19 – janeiro-junho 2021


 

A Revista Gênero na Amazônia (ISSN 2238-8184) apresenta esta chamada para a Edição nº 19 – janeiro-junho 2021, até 30 de abril 2021, com a temática O fenômeno da pandemia em perspectiva de gênero e feminismos. Convida a submeter artigos científicos, relatos de experiências, ensaios, revisões narrativas, produzidos individualmente, ou em grupo de até cinco autores.
A pandemia da Covid-19, desde o início de 2020, é muito mais do que um fenômeno biológico, isto é, a difusão de um corona vírus em âmbito planetário. É grande, no entanto, a tentação de compreendê-lo como circunscrito ao âmbito da natureza e, assim, atribuir-lhe a grande responsabilidade nos infortúnios que os países, as economias, as comunidades têm enfrentado desde então. A conveniência de conseguir debelá-lo com imunizantes, configura-se esperançar ao retorno de uma “vida normal”. Qual o “novo normal”, então? Seria transitar cotidianamente em seus afazeres, com reduzida reflexão sobre as desigualdades que afetam a condição humana?
Lembramos que o debate amplamente divulgado nos meios massivos e pós-massivos é entre saúde e economia; entretanto, é mais do que as duas dimensões, já que afeta a vida e o viver; a sanidade psicológica, mental e social; bem como acarreta miséria, aumento das tensões entre as famílias, mantendo mulheres, idosos e crianças reféns em suas próprias casas e submetidos a formas de violência, abusos, explorações e finitude. Este debate é inerente a esta chamada.
O fenômeno social da pandemia levanta questões centrais de pesquisa sobre as relações entre Estado, Sociedades, e Regulações do Mercado, o tipo de ordem política e social vigente nos diferentes países e sobre como se reage individual e coletivamente aos riscos. Portanto, o compromisso da Revista Gênero na Amazônia, nesta convocação, é também o debate acerca da adoção de políticas sociais - vacinas, equipamentos de saúde, medidas de prevenção, auxílios materiais e financeiros a vulneráveis, redes de proteção social etc.
Consideramos importante refletir sobre as escolhas públicas, que são unicamente pautadas em bases econômicas e políticas. Tal análise requer uma compreensão acurada, com o olhar de gênero e dos feminismos sobre as relações de poder, sobretudo porque o vírus não atinge a todos indistintamente. Sua difusão e os riscos de acometimento da doença cruzam-se com as estruturas de desigualdade vigentes, dentre as quais as desigualdades de gênero são fundamentais de se observar.
A Universidade pode contribuir para construção de argumentos para o debate público das dimensões sociais de gênero; das formas como mulheres, homens, pessoas LGBTQI+, de diferentes idades, classe social, identidades étnicas, vivem e sofrem as repercussões da pandemia; como experimentam o distanciamento social e buscam soluções para enfrentar os desafios.
O presente número da Revista Gênero na Amazônia alinha-se com a preocupação de contribuir para o entendimento do fenômeno da pandemia da COVID-19, atento às demandas e mobilizações da sociedade, particularmente dos movimentos sociais de mulheres que criticam a visão de mundo patriarcal que fundamenta a ordem social e econômica. E abre espaço para a produção pertinente no Brasil e, em particular, na Amazônia.
Este dossiê conterá duas seções. A primeira seção, intitula-se Estudos sobre o fenômeno pandemia, sob a perspectiva de gênero. Será composta de artigos acadêmicos, que sejam fruto de pesquisas empíricas, de revisão de literatura, ou ensaio teórico, versando sobre aspectos relacionados à pandemia com abordagem de gênero. Assim, são bem-vindos estudos sobre a experiência laboral nestes tempos, tais como exercer o trabalho à distância, formas de emprego e desemprego, estratégias para combinar trabalho e família, estudo, maternidade e paternidade, casamento, namoro, atuação política, enfim, em múltiplas condições de gênero e etnia, conforme influenciam ou são impactadas pelas pressões que a pandemia acarreta.
Igualmente, acolherá artigos que versam sobre a sociabilidade em tempos de distanciamento social, sobre a inserção ou o esgarçamento de redes sociais, desde as redes familiares, de vizinhança, as profissionais, ou de outra natureza. O distanciamento afeta as redes de relações? Reforça vínculos por meio digital em detrimento das interações face a face? A distância social gera ou amplia ansiedades? Ou promove novas habilidades? Trata-se, enfim, de sondar como as pessoas estão vivendo os processos sociais decorrentes da pandemia, do plano macro ao microssociológico.
A segunda seção do dossiê está aberta a textos livres sobre a vida pessoal e/ou social durante a pandemia. Terá como título Faces da vida social em tempos pandêmicos. Serão aceitos textos nas categorias relatos de experiência, narrativas, histórias de vida, reflexões, testemunhos, registros fotográficos, crônicas etc. São materiais que ofereçam conhecimentos sobre como diferentes pessoas, grupos e coletivos enfrentam e pensam sobre os desafios do tempo presente, o distanciamento dos pares e dos próximos, experimentam ansiedades em diferentes graus, no lar ou em público, mantendo o olhar para as relações de gênero, para a vivência das masculinidades e feminilidades, as experiências de pessoas LGBTQI+, de diferentes cores e etnias.