Figura extraída de http://siwithyou.com.br/blog
Esta
é uma pergunta que não cala e se ouve de todos os lados. Os que supõem ser uma
“ideologia criada pelas mulheres contra os homens” têm seus próprios rótulos
para quem se diz feminista. Os que dizem saber a resposta supõem um único tipo
de tratar o tema.
O GEPEM/UFPA iniciou o debate sobre essa instigante questão e procurou
criar recortes ou subtemas que pudessem trazer respostas para entender os
dilemas que são criados quando o assunto se torna recorrente nas rodas de
conversa.
Tem-se discutido nestes dois meses os recortes os mais emblemáticos sobre
FEMINISMOS, irrompendo perguntas que nem sempre podem ser respondidas. Por que?
A complexidade do assunto circula e volta para o meio de campo em busca de
novas explicações.
Os
próximos encontros para apresentar o tema, nos meses de MAIO e JUNHO seguem
a dinâmica em seminários contemplando alguns/as autoras/es que têm marcado
a discussão teórica em nível nacional e internacional. As temáticas que
nortearão os novos eixos de discussão, os respectivos informes sobre a
bibliografia a ser estudada além da indicação de hora e local dos eventos estão
registrados abaixo.
1. Feminismo
Transgênero ou Transfeminismo
2. Feminismo
Ecológico ou Ecofeminismo
3. Feminismo
Interseccional
4. Feminismo
Negro
METODOLOGIA
Leitura prévia e individual dos textos temáticos, pelos
participantes. Exposição, comentários e discussão dos mesmos, com uma
coordenação da leitura dirigida, ressaltando os pontos chaves. Exibição de
vídeos sobre o assunto. A partir deste mês de maio, a/o interessada/o no estudo
deverá fazer a sua inscrição através do blog Gepem Acontece e solicitar pelo
email (secretariagepem@gmail.com
) os textos a serem estudados.
DATAS SEMANAIS:
Terças feiras (duas mensais)
HORÁRIO:
14:00h às 17:00h (pontualmente às 14 h:00)
LOCAL:
Sala do GEPEM (IFCH/Campus Universitário do Guamá)
Calendário das Linhas de Estudo –
Textos e Vídeos
MAIO
10/05 – FEMINISMO TRANSGÊNERO OU
TRANSFEMINISMO
Texto 01: DE JESUS, Jaqueline Gomes. Gênero sem
essencialismo: feminismo transgênero como crítica ao sexo. In: Universitas Humanistica.No
78, Julio a diciembre, p. 241-258, 2014.
Texto 02: BENTO,
Berenice . Política da diferença: feminismos e transexualidade. In: Stonewall
40 + o que no Brasil?.
Texto 03: Sugestão dos pequenos textos
provocativos da página
https://feminismotrans.wordpress.com/
.
24/05- FEMINISMO ECOLÓGICO OU
ECOFEMINISMO
Texto 01: ANGELIM, Rosângela. Mulheres, ecofeminismo e desenvolvimento sustentável diante das
perspectivas de redistribuição e reconhecimento de gênero. In: Revista Eletrônica
Direito e Política. V.0, n0 3, Set/Dez, 2014.
JUNHO
07/06 – FEMINISMO NEGRO I
O FEMINISMO
NEGRO E A INTERSECCIONALIDADE
Nos anos 20, tempo em que se dava a primeira onda do feminismo, as
reivindicações das feministas eram pautadas somente na questão da igualdade de
gênero. Neste tempo, o movimento era formado por mulheres brancas, de camadas
sociais médias e intelectualizadas, provocando um espaço pouco evidente para as
mulheres trabalhadoras, da classe menos favorecida, e mulheres negras.
Devido a essa exclusão as mulheres negras buscaram seu espaço dentro do
movimento, e foi o que aconteceu. Não foi uma inserção tão amigável e homogênea,
haja vista que as pautas das mulheres negras diferiam das que eram apresentadas
pelas mulheres brancas. As negras, além de discriminação de gênero, sofriam
também pelo racismo e o preconceito de classe. O racismo foi considerado a
discriminação mais perversa, uma vez que anula/rejeita o corpo das mulheres
negras impondo barreiras para o acesso aos espaços de poder.
Para pensar como as opressões podem se intercruzar afastando o
isolamento das categorias sociais, foi apresentada a proposta de conceituação
da interseccionalidade, vista como de grande relevância. Segundo a filósofa e
feminista negra Djamila Ribeiro, a interseccionalidade nos ajuda além de
evidenciar a opressão, auxilia no sentido de articular a luta feminista visando
eliminar as diversas opressões aplicadas à situação das relações de gênero.
Entre as principais figuras que utilizam a interseccionalidade como ferramenta
estão: Kimberlé Crenshaw, Audre Lorde, bell hooks e,no Brasil Lélia Gonzalez.
Kimberlé Crenshaw, professora de Direito, foi a primeira a trazer esse
debate, na década de oitenta, embora admitisse que as mulheres negras de épocas
passadas já tratavam sobre a interseccionalidade. Ela cunhou esta discussão
porque as leis da sua época tratavam gênero e raça como separados, defendeu que
ambos estão conectados e este aspecto deveria ser levado em consideração nas
discussões jurídicas que envolvem pessoas com esses marcadores.
Ao avaliarmos essas nova discussão, as associadas do GEPEM concluiu que seria
adequado discutir Feminismo Negro e interseccionalidade integrados visto que
esta é uma ferramenta de análise pautada pelo Feminismo Negro. Com isso,
ratificamos o protagonismo das mulheres negras, considerando os custos da
opressão pela parcialidade dos estudos de gênero ao longo de todos esses anos.
Texto 01: CRENSHAW, Kimberle. A intersecionalidade da discriminação
de raça e gênero.
Texto 02: CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação
da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero.
Vídeo: Liberdade de expressão e diversidade de gênero –
Sueli Carneiro - https://www.youtube.com/watch?v=IwdVISYxoSc
Videos de Lelia Gonzalez:
1-
Lélia
Gonzalez – Parte 1- https://www.youtube.com/watch?v=o9vOVjNDZA8
2-
Lélia
Gonzalez – Parte2- https://www.youtube.com/watch?v=aiTfzVKhsGw
3-
Lélia
Gonzalez – 1981- https://www.youtube.com/watch?v=dYbXevFB0xI
4-
Cultne-
Lélia Gonzalez- 20 de Novembro de 1988 - https://www.youtube.com/watch?v=BFnvKcsLqJI
5-
Projeto
Memória – Lélia Gonzalez: o feminismo negro no palco da história - https://www.youtube.com/watch?v=7YYdb6Cl-Mk
21/06 –
FEMINISMO NEGRO II
Texto 01: hooks, Bell. Mulheres Negras Moldando a Teoria
Feminista, 1984
Texto 02: WERNECK, Jurema (org.) Mulheres Negras na primeira
pessoa. Porto Alegre, Redes Editora, 2012. Introdução do CEDENPA-PA, p.13-16;
51-66
Vídeo: O
futuro do futuro – Jurema Werneck – TEDx – Goiânia - https://www.youtube.com/watch?v=LzUq2qTpmFw