Luzia
Álvares –
IFCH/FACS/UFPA
27/08/2016
No início dos
anos oitenta, as professoras Edna Castro, Rosa Acevedo e sua então orientanda e
discente do NAEA/UFPA Luzia Álvares, pensaram a criação de um grupo de estudos
sobre a questão da mulher. As três se reuniram e elaboraram um primeiro
documento sobre objetivos e metas de criação do grupo.
Em janeiro de 1992, a representante do então
CFCH no Comitê de Pesquisa da UFPA, Profa. Maria Angélica Motta-Maués organizou
e realizou, juntamente com a direção e pesquisadores desse Centro, o I Encontro de Pesquisadores do Centro de
Filosofia. Nesse evento, foi possível publicizar os resultados de pesquisas
e os projetos em andamento que estavam se desenvolvendo naquela unidade
acadêmica, reunindo-se sete comunicações no Grupo Temático I – “Questões de Gênero: Identidade, Processos de Trabalho
e Participação Política[i].
Promovido pelo
NEIM/UFBA, em setembro de 1992, à frente as professoras Ana Alice Costa e
Cecília Sardenberg, ocorreu o I Encontro
de Pesquisadoras sobre a Mulher e Relações de Gênero do Norte e Nordeste.
Esse evento teve a presença de um grupo de docentes da UFPA que estudava o tema
mulher - estimulado pela assessora de pesquisa do então CFCH, profa. Maria Angelica
Maués que conseguiu recursos junto à PROPESP para que participassem desse encontro
na Bahia, culminando com a criação da REDOR-N/NE.
O modelo desse
evento estimulou, no âmbito paraense, a que o grupo inicialmente formado no
NAEA agregasse outros/as pesquisadoras/es, contemplando várias áreas de
conhecimento: História - Profa.
Maria de Nazaré Sarges, Profa. Edilza Fontes, Prof. José Maia; Psicologia – Profa. Eunice Guedes e
suas bolsistas do PIBIC; Antropologia -
Profa. Angelica Motta-Maués; Ciência
Política - Profa. Luzia Álvares; Saúde
- Dra. Suzanne Serruya (Universidade Estadual do Pará). Literatura – Profa. Eunice Santos. Em
seguida a essa adesão, foi feita uma ampla chamada a outros/as docentes da
universidade, culminando com a oficialização do grupo. Esse processo constituiu
um marco de efeitos colaterais sobre o enfoque da história das mulheres, ao
congregar tanto pesquisadoras da UFPA quanto de universidades particulares e
estaduais do Pará, formando um eixo interdisciplinar em diversas áreas de
conhecimento, como as Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, Saúde,
Educação.
Entre os anos
1992 e 1994, vislumbram-se indícios de que, no ambiente amazônico, a nova
temática incluindo a questão da mulher e a perspectiva de gênero estava se
tornando um ponto de convergência, um centro de debates, na rede teórica das
Ciências Sociais.
Na seqüência
de estudos para consolidar a questão emergente, em maio de 1993, o VI CISO - Encontro
de Ciências Sociais Norte/Nordeste, realizado em Belém (PA), com o apoio do
NAEA, registrou, entre os grupos temáticos, o referente à Mulher e Relações de
Gênero, com inscrição de trabalhos de pesquisadoras/es dessas duas regiões.
Outro
evento desta vez internacional, em setembro de 1993, abrigou um grupo de trabalho
sobre mulher e gênero. A Amazônia e a Crise da Modernização, promovido
pelo Departamento de Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi, à frente
a Profa. Maria Ângela D’Incao, registrou O GT
Diversidade e Gênero acolhendo a inscrição de cinco trabalhos, sendo
quatro selecionados, para a composição do livro A Amazônia e a crise da
modernização: “Educação e (In)Submissão Feminina no Pará”, de
Álvares, M.L.M. ; “Quando chega essa “
visita”, de Motta-Maués, M. A.; “Mulher na padaria dá problema de amores”,
de Fontes, E.; e “Uma presença discreta:
a mulher na pesca”, de Maneschy,
M. Cristina[ii].
Estes
eventos são demonstrativos da trajetória marcante de pesquisadoras que
mantinham diálogo interdisciplinar com o tema, algumas sendo remanescentes dos
primórdios dos estudos, na UFPA, sobre a condição feminina, na década de 70,
como Maria Angelica Motta-Maués.
Com isso, foi
possível agregar estas pesquisadoras em um grupo de pesquisas e estudos e, na
manhã do dia 27 de agosto de 1994, numa reunião histórica, primeiramente, no
auditório do então Centro de Filosofia e Ciências Humanas/UFPA, para registrar
formalmente a presença do grupo e a relação com a patrona, no dia seguinte, na
Praça “Eneida de Moraes” (ainda em projeto) oficializou-se a criação do Grupo de
Estudos e Pesquisas “Eneida de Moraes” sobre Mulher e Relações de Gênero -
GEPEM.
Desse período
em diante, observa-se a integração ao GEPEM de pesquisadoras do tema, favorecendo
o planejamento e a realização do I Encontro Amazônico Sobre Mulher e Relações
de Gênero, em novembro/1994, com a presença de estudiosos/as do Maranhão, Acre,
Amazonas, Amapá, Rondônia e Roraima. Na ocasião, questões relativas à violência
doméstica, à exploração rural e às práticas políticas vivenciadas pelas
mulheres desses Estados foram discutidas. Os artigos apresentados foram
publicados no livro A Mulher Existe? Uma
contribuição ao estudo da mulher e gênero na Amazônia. Org. ÁLVARES, Maria
Luzia & D'INCAO, Maria Ângela (Belém: GEPEM/GOELDI, 1995), com recursos da
FUMBEL, órgão da Prefeitura Municipal de Belém.
As atividades
sobre a temática-eixo foram sendo estimuladas pelas associadas do grupo nos
cursos de graduação, pós-graduação, projetos de pesquisas e trabalhos de
classe, presença nos eventos dos movimentos de mulheres paraenses, apresentação
de trabalhos nos encontros locais, regionais e nacionais.
Houve então o II Encontro Mulher e Modernidade na
Amazônia em abril/1996 sendo
prolífico em apresentação de trabalhos, com cerca de 60 artigos selecionados
com temas voltados às questões da desigualdade de gênero e as propostas de luta
pelas conquistas da cidadania de qualidade aspirada pelas mulheres e direitos
humanos. Como o anterior, os trabalhos apresentados no Encontro resultaram na
publicação de um livro em dois volumes: Mulher
e Modernidade na Amazônia. Vol I. Belém: CEJUP, 1997; e Mulher e Modernidade na Amazônia. Vol II. Belém: CEJUP, 2001. Org.
D'INCAO, Maria Ângela, ÁLVARES, Luzia e SANTOS, Eunice.
Nesse mesmo
ano, em setembro/1996 (23 a
27/09) as associadas do GEPEM organizaram o V Encontro Rede Regional Norte/ Nordeste de Estudos e Pesquisas Sobre
Mulher e Relações de Gênero – REDOR, com o tema: Fundamentos Teóricos e Metodológicos de Gênero na Perspectiva Feminista,
evento regional que agregou pesquisadoras e estudiosas do Norte e Nordeste, no
período. Desse encontro resultou o livro: Desafios
de Identidade: espaço-tempo de mulher. Org. ÁLVARES, M. L. M. (Org.);
SANTOS, E. 1. ed. Belém: CEJUP, 1997. v. 1, 487 p.
No período de 1998 a 2008, os projetos nas
linhas de pesquisa, a formação de bolsistas e a apresentação de resultados em
encontros nacionais e até mesmo internacionais continuou em seu desdobramento.
Foi também o momento de as associadas realizarem a sua qualificação acadêmica,
uma necessidade que se impôs pela nova dinâmica instituída para o avanço da
pós-graduação nas universidades. A maioria das “meninas do GEPEM” se doutorou nas
várias áreas de conhecimento, nos diversos centros nacionais e locais.
Os eventos
periódicos realizados pelo GEPEM se estenderam além dos muros da UFPA e deram a
“cara” para identificar esse grupo preocupado nas discussões sobre a melhoria
da qualidade de vida das mulheres e na luta pelos direitos humanos com o olhar da
cumplicidade acadêmica.
Com o III Encontro Amazônico sobre Mulher e
Gênero: As faces da diversidade, juntamente com o Encontro da Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas
Sobre Mulher e Gênero – REDOR, em setembro/2008 (23 a 26/09) a festa acadêmica
conseguiu participação significativa de estudantes e pesquisadores, com mais de
300 inscrições, 137 trabalhos apresentados, 06 mesas temáticas, a presença de
estudiosas/os nacionais, regionais e locais.
Em 2009, de 17 a 20 de novembro,
foi possivel realizar o IV Encontro
Amazônico sobre Mulher e Gênero - Mulheres Amazônidas: Imagens, Cenários,
Histórias” e o “I Encontro de Pesquisadoras/es Paraenses Sobre Gênero,
Mulheres, Cidadania. Este evento apresentou e discutiu a produção acadêmica
na área de gênero, regionalmente representada no evento com mesas redondas e
trabalhos inscritos, procurando incrementar a continuidade dos estudos e das
vinculações do grupo com a sociedade mais ampla, aliando pesquisa, produção
acadêmica e atuação política.
Como é possível
observar, a realização destes Encontros deixa clara a trajetória e experiência
do GEPEM e o compromisso das pesquisadoras/es em procurar agregar, dar
visibilidade e estimular o debate relativo às questões da diversidade de gênero
na Amazônia, divulgando os resultados dos debates em publicações impressas, bem
como, em mídia digital, pois, ao longo destes anos, esse grupo realizou dois
documentários intitulados “Parcerias em Terra” e “No ritmo das águas”,
produzidos pelo Centro de Estudos e Práticas de Educação Popular – CEPEPO, com
o apoio do CNPQ/FINEP, FADESP e ICSF (Coletivo Internacional de Apoio aos
Trabalhadores da Pesca), onde mostra o trabalho de mulheres de áreas
ribeirinhas, seus saberes e práticas ligadas à pesca e ao seu cotidiano,
resultado de pesquisas de Maneschy & Álvares (1995-2000). Mais recentemente,
restaurou-se o Jornal IARAS, e criou-se
a Revista Científica Gênero na Amazônia,
utilizando-se da mídia impressa, estando, o primeiro, no 17º número e o segundo
no 6º.
O processo de
construção de saberes num espaço onde o conhecimento científico tem um padrão
tradicional, nestes anos de atividades, manteve a presença constante de
pesquisadoras/es da área de gênero em atividades múltiplas e formatou a
transversalidade entre as grandes teorias e os enfoques contemporâneos que
expunham diferenciais nos marcadores sociais, quando se processavam com a
perspectiva de gênero. Essa conquista de espaço pelo GEPEM com a problemática
da diversidade pode ser evidenciada na produtiva aprovação de pesquisas com
temas sobre a situação feminina, as construções e hierarquias de poder, as
diferenças das relações entre homens e mulheres construídas culturalmente, as
expressões de sexualidades, as questões étnicas – temas que têm agregado
pesquisadores/as, bolsistas, orientandos de graduação e pós-graduação, com divulgação
dos resultados em seminários, encontros, oficinas e outros eventos promovidos
e/ou apoiados pelo grupo, não só em nivel local, mas regional e nacional.
Três
projetos de pesquisa foram apresentados pela coordenação do GEPEM e aprovados
pelo CNPq, entre 2005 a 2010: “Gênero,
Política e Representações Sociais (Processo nº 403224/2005-5 - CNPq/SPM); “Os movimentos de mulheres e feministas e
sua atuação no avanço das carreiras femininas nos espaços de poder político”
(Processo CNPq n.º 402969/2008-1
–CNPq/SPM) e Mulheres na Política:
histórias de percursos e de práticas” (Processo CNPq, n.º
402518/2010). A execução desses projetos foi prolífica em torno de dados
referentes à situação das mulheres na representação política e os resultados
dos mesmo constam em relatório encaminhados e aprovados pelo CNPq. Considera-se
importante essa atividade pois, articulou um grupo significativo de associadas
do GEPEM e bolsistas do PIBIC/PIPES/FAPESPA com a produção de materiais sobre o
tema em TCCs, relatórios do PIBIC e artigos apresentados em encontros locais e
nacionais.
Além
da atuação no âmbito acadêmico, o Gepem consolidou sua inserção na sociedade
civil e
atraiu importantes parcerias com grupos nacionais
e internacionais de pesquisa e extensão, entre eles o Museu Paraense Emilio
Goeldi, o Women in Fishing (WIF) programme of the International Collective in
Support of Fish Workers (na ONG baseada in India) cuja consultora era Chandrika
Sharma (recentemente desaparecida com o avião da Malasyan Airlines). Com Francine
Saillant, diretora do CÉLAT-(Quebec/Canadá) e pesquisadora canadense que se
apoiou no grupo trazendo alunos/as para inserir-se em nossos estudos nas areas
de pesca; os movimentos de mulheres do Pará incluindo o Fórum de Mulheres
Paraenses; a União das Mulheres de Belém (UMB) e Grupo de Mulheres do Campo e
da Cidade.
A criação do OBSERVE
regional em 2008 – numa parceria com o NEIM/UFBA e a Secretaria de Política
para as Mulheres, promoveu a inserção do GEPEM numa área que ainda não
estávamos com muitas atividades: o levantamento da situação de violência
doméstica contra as mulheres e o monitoramento à aplicação da Lei Maria da
Penha. Esse projeto propiciou ao GEPEM a criação de seu Observatório Regional
Norte e, presentemente, está contatando com os demais grupos de estudos de
violência doméstica das Universidades da região, para agregar em um Blog em
fase de criação e cujo endereço é http://www.observeregional-gepem.com/
A
mais recente parceria do Gepem se deu com o Núcleo de Estudos
Interdisciplinares de Violência na Amazônia (NEIVA/UFPA) formado por um grupo
de docentes de várias áreas de conhecimento da UFPA, e entre as quais inclui-se
a coordenadora do GEPEM. Com mais esta parceria está se ampliando o apoio
judiciário, moral, de saúde e psicológico às mulheres e crianças vítimas de
violência.
Desde 2013, houve um rearranjo nas
linhas de pesquisa do GEPEM que hoje estão estruturadas em sete eixos, a saber:
1) Mulher e Participação Política; 2) Mulher, Relações de Trabalho, Meio
Ambiente e Desenvolvimento; 3) Gênero, Identidade e Cultura; 4) Gênero, Arte e Literatura;
5) Gênero, Saúde e Violência; 6) Gêneros, Corpos e Sexualidades; 7) Gênero,
Educação e Diversidade.
Os estudos em seminários temáticos
dessas linhas de pesquisa iniciaram-se em 2013, constituindo-se em mais uma
atividade semanal do Grupo. Priorizaram-se os temas teóricos sobre a situação
das mulheres, as teorias de gênero na perspectiva feminista, com leituras de
livros clássicos como “O Segundo Sexo” (vol. 1 e 2). Textos de Joan Scott e as
vertentes das áreas específicas das Ciências Sociais.
Desde 2006 realizamos uma
atividade com o cinema, procurando adequar as temáticos dos filmes com as que
estruturam as várias áreas sobre o enfoque feminino. Trata-se do Cine-Gênero que tem propiciado dialogar
com outro público em debates sobre a imagem e o enfoque específico que a arte
cinematográfica proporciona.
Neste ano de 2016 elegemos
para os seminários semanais o tema sobre FEMINISMOS em suas várias abordagens procurando
analisar a diversidade de enfoques temáticos que posicionam esse conceito.
Como se vê, esse movimento de chegadas de atividades criadas para
incrementar os estudos sobre os gêneros tem sido sempre dinâmico e dialético.
Esses estudos
nos ajudaram a problematizar a noção de sujeito universal e mostrar o caráter
hierárquico e assimétrico subjacente à construção de feminilidades e
masculinidades. Eles nos ajudaram, também, a quebrar com a noção de identidades
uniformes. A dar sustentabilidade ao que hoje as políticas públicas estão
multiplicando em nome dos estudos de diversidade e educação. As marcas sociais
foram cada vez mais introduzidas nas pesquisas a fim de dar conta da
multiplicidade de práticas e representações de mulheres e homens, pautadas em
diferenças: étnicas, raciais, status e classe social, geração, sexualidade e
orientação religiosa, para destacarmos apenas alguns dos principais marcadores.
No percurso destas descobertas da potencialidade destes estudos, a cada dia se
acham mais enriquecidas pelas versões da diversidade das áreas de conhecimento
e das demandas sociais em problemas emergentes. As “meninas do GEPEM” têm clara
a proposta de uma re-visão do percurso desses estudos, em anos de presença do
grupo, que evidenciam a multiplicidade de linguagens e de imagens de homens e
mulheres que construíram cenários e vivenciaram histórias generificadas no meio amazônico. Com isso, assume-se o desafio de
pensarmos o feminino e o masculino a partir de identidades múltiplas que se
refletem em similaridades, mas também em especificidades de comportamentos,
valores, atitudes e agendas políticas dos sujeitos sociais.
Ao criarem
suas vertentes de estudos dentro de áreas de conhecimento onde se posicionaram
na academia, continuam a aprendizagem desses estatutos procurando generificar
alguns resultados que se institucionalizariam sem a base crítica dos estudos
sobre gênero. Ao estarem inseridas em linhas de pesquisa de programas de cursos
de graduação e de pós-graduação, incorporaram estas discussões em seus
respectivos programas.
Todas essas
ações mostram a importância deste grupo de manter suas atividades e continuar
aglutinando e dando visibilidade institucional às suas atividades, ampliando a
rede de pesquisadores e pesquisas e solidificando ações e intercâmbios já iniciados
e procurando alcançar outras dimensões.
Desse leque
acadêmico e militante político temos clara a nossa aliança com os movimentos de mulheres do Pará para
subsidiarmos as questões teóricas com as discussões sobre as situações práticas
vivenciadas e que se tornam as contribuições necessárias às linguagens e
olhares de um cotidiano nem sempre visível ao conhecimento cientifico.
Nesses anos de presença no âmbito acadêmico e na
sociedade civil, o GEPEM construiu uma rede de estudos de gênero na Amazônia,
contribuindo para o crescimento da produção de saberes, práticas e linguagens e
promovendo a inclusão de discussões sobre as masculinidades e as minorias
sociais. Ao longo desse período de atuação, manteve um fluxo permanente de
atividades no formato de palestras, cursos, pesquisas e encontros integrados
junto aos movimentos de mulheres e feministas, assim também, discussões
específicas relativas ao meio ambiente regional e sobre as inquietações mais
recentes da sociedade em torno da discussão sobre a violência doméstica e
sexual, trafico de mulheres e de pessoas e de outras ações que tendem a
contribuir numa agenda política importante dos movimentos sociais.
Desse compromisso acadêmico consideramos que nos
mantivemos nos objetivos iniciais firmados pelas mestras Edna Castro, Rosa
Acevedo e Maria Angélica Maués sobre a questão da diversidade de gênero
posicionadas na luta pelos direitos humanos.
[i]
Os trabalhos apresentados foram os seguintes: “Padeiros e castanheiras em
Belém: por que és o avesso, do avesso, avesso...”, de Edilza Fontes
(Departamento de História e Antropologia); “Trabalho e saúde/doença mental:
um estudo com professores de Primeiro Grau”, de Hilma Koury (Depto. De
Psicologia Social Escolar); “Seminário Sobre Mulher – Região Norte/Brasil”,
de Jane Felipe Beltrão (Depto. De História e Antropologia); “Imaginário,
movimentos sociais e construção da identidade feminina”, de Lindalva
Teixeira (Depto. de Metodologia); “Trabalhadoras rurais e engajamento
sindical resgate de identidade(s): um estudo no sul do Pará, de Maria
Eunice Figueiredo Guedes (Depto. de Psicologia Social escolar); “Memórias
esquecidas” de imagens construídas: das idéias feministas (1910) à organização
do movimento sufragista no Pará”(1931)”, de Maria Luzia Miranda Álvares
(Depto. de Ciências Sócio-Políticas); “A condição feminina em Belém no
período da borracha (1870-1914)” , de Marinete dos Santos Silva (Depto. de
História e Antropologia).
[ii]
Cf. D’INCAO, M. Ângela e SILVEIRA, Isolda Maciel. A Amazônia e a Crise da
Modernização. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1994, 592 p.