terça-feira, 27 de abril de 2021

Prorrogação da data de submissão da Revista "Gênero na Amazônia" Edição nº 19 – janeiro-junho 2021

 


A data de submissão dos artigos tem nova data, anote aí: 30 de maio de 2021.

 
A Revista Gênero na Amazônia apresenta o chamado para a publicação da Edição nº 19 – janeiro-junho 2021, com a temática “O fenômeno social da pandemia em perspectiva de gênero e feminismos.”
A pandemia da Covid-19, desde o início de 2020, tornou-se muito mais do que um fenômeno biológico, mas a difusão de um coronavírus em nível planetário. Intenta-se compreendê-lo como circunscrito ao âmbito da natureza, atribuindo-lhe a grande responsabilidade nos infortúnios que os países, as economias, as comunidades têm enfrentado desde então. A conveniência de conseguir debelá-lo com imunizantes, configura-se esperançar ao retorno de uma “vida normal”. Qual o “novo normal”, então?
 
O fenômeno social da pandemia levanta questões centrais de pesquisa sobre o tipo de ordem social e política vigente nos diferentes países e sobre como se reage coletivamente aos riscos. Essas questões incluem as relações Estado e sociedade, a adoção de políticas sociais - vacinas, equipamentos de saúde, medidas de prevenção, auxílios materiais financeiros a vulneráveis, redes de proteção social etc. - vis-à-vis as demandas dos mercados, em especial os mercados financeiros.
 
Há uma série de escolhas públicas a serem feitas, que são escolhas econômicas e políticas, e cuja compreensão acurada requer o olhar de gênero e dos feminismos sobre as relações de poder. Por outro lado, o vírus não atinge a todos indistintamente. Sua difusão e os riscos de acometimento da doença cruzam-se com as estruturas de desigualdade vigentes, dentre as quais as desigualdades de gênero são fundamentais de se observar.
 
No momento presente, em que um fenômeno biossociológico de escala global, como é a pandemia, suscita uma série de questões sobre nossas escolhas coletivas, importa então trazer ao conhecimento e ao debate público as dimensões sociais de gênero em causa. Assim, indaga-se: Como mulheres, homens, pessoas LGBTQI+, de diferentes idades, classe social, identidades étnicas, vivem e sofrem as repercussões da pandemia? Como experimentam o distanciamento social? Buscam soluções para enfrentar os desafios?
O presente número da Revista Gênero na Amazônia alinha-se com a preocupação de contribuir para o entendimento do fenômeno da pandemia segundo o olhar original sobre as relações de gênero, atento às demandas e mobilizações da sociedade, particularmente dos movimentos sociais de mulheres que debatem criticamente a visão de mundo patriarcal que fundamenta a ordem social e econômica. E abre espaço para a produção pertinente no Brasil e, em particular, na Amazônia.
 
Este dossiê conterá duas seções. A primeira seção, intitula-se Estudos sobre o fenômeno social pandemia, sob a perspectiva de gênero e feminismos. Será composta de artigos acadêmicos (cf. Normas da Revista), que sejam fruto de pesquisas empíricas, de revisão de literatura, ou ensaio teórico, versando sobre aspectos relacionados à pandemia com abordagem de gênero e feminismos, analisando o modo como a crise sanitária aciona noções sobre a casa, produzidos efeitos diferenciados para as mulheres nesse contexto. Assim, são bem-vindos estudos sobre a experiência laboral nestes tempos, tais como exercer o trabalho à distância, novas formas de emprego e desemprego, estratégias para combinar trabalho e família, estudo, maternidade e paternidade, casamento, namoro, atuação política, enfim, em múltiplas condições de gênero e etnia, a perspectiva da interseccionalidade, conforme influenciam ou são impactadas pelas pressões que a pandemia acarreta. Igualmente, acolherá artigos que versam sobre a sociabilidade em tempos de distanciamento social, sobre a inserção ou o esgarçamento de redes sociais, desde as redes familiares, de vizinhança, as profissionais, ou de outra natureza. O distanciamento afeta as redes de relações? Reforça vínculos por meio digital em detrimento das interações face a face? A distância social gera ou amplia ansiedades e onde fica a saúde mental? Promove novas habilidades? Trata-se, enfim, de examinar como as pessoas estão vivendo os processos sociais decorrentes da pandemia, do plano macro ao micro sociopsicológico.
 
A segunda seção do dossiê está aberta a textos livres sobre a vida pessoal e/ou social durante a pandemia. Terá como título Faces da vida social em tempos pandêmicos. Serão aceitos textos (no português culto) nas categorias relatos de experiência, narrativas, histórias de vida, reflexões, testemunhos, registros fotográficos, crônicas etc. São materiais que ofereçam conhecimentos sobre como diferentes pessoas, grupos e coletivos enfrentam e pensam sobre os desafios do tempo presente, o distanciamento dos pares e dos próximos, experimentam ansiedades em diferentes graus, no lar ou em público, mantendo o olhar para as relações de gênero, para a vivência das masculinidades e feminilidades, as experiências de pessoas LGBTQI+, de diferentes cores e etnias...

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