O tema maior do evento "O protagonismo das
mulheres na Amazônia: mais direitos, menos retrocesso" trouxe importantes exposições sobre esse assunto. A segunda mesa do dia 04/03, apresentou o sub-tema "História
da luta feminista na Amazônia". Convidada para uma exposição sobre esse sub-tema, a Profa. Luzia Álvares (GEPEM) explicou, primeiramente, que ela apresentaria o
tema sobre a Amazônia paraense visto não haver pesquisa nesse assunto sobre a Região como
um todo. Em seguida, procurou avaliar o conceito de feminismo e de movimento
de mulheres (considerando os resultados de sua pesquisa "Os Movimentos de Mulheres e Feministas e sua atuação no avanço das carreiras femininas nos espaços de decisão política - CNPq n.º 402969/2008-1).
Utilizando-se do enfoque do Dicionário do Pensamento Social do Século XX (org, Outhwaite, Bottomore et ali, Zahar, 1993) evidenciou que os autores tratam de divergências entre as ações dessas categorias. O movimento de mulheres antecede ao feminismo e pode ser diferente deste. "São movimentos sociais que exibem uma heterogeneidade de objetivos e formas de associação ou de organização". Há referências históricas que apontam para esse "modus operandi" desses movimentos. Desde Maomé, dizem os autores, é possível ver mulheres lutando contra as proibições para comercializarem. (p. 493).
Utilizando-se do enfoque do Dicionário do Pensamento Social do Século XX (org, Outhwaite, Bottomore et ali, Zahar, 1993) evidenciou que os autores tratam de divergências entre as ações dessas categorias. O movimento de mulheres antecede ao feminismo e pode ser diferente deste. "São movimentos sociais que exibem uma heterogeneidade de objetivos e formas de associação ou de organização". Há referências históricas que apontam para esse "modus operandi" desses movimentos. Desde Maomé, dizem os autores, é possível ver mulheres lutando contra as proibições para comercializarem. (p. 493).
Quanto ao feminismo,
são encontradas no século XIX, primeiro como força ideológica e política,
sendo usado esse termo por militantes pelos direitos das mulheres.
Na exposição, a profa. Luzia definiu, primeiramente, o que considera feminismo e em seguida, apresentou seu modo pessoal de tratar do tema partindo de sua experiência pessoal na descoberta dos modelos femininos e seus questionamentos, de seu ativismo e do que, na história do Pará pode ser considerado feminismo, partindo da ação dos movimentos de mulheres.
1. Feminismo e seus conceitos
É uma ideologia
formada por um conjunto de ideias estruturadas no âmbito
teórico-cultural-institucional-pessoal das sociedades, que foi incorporada
pelas mulheres na luta por seus direitos e por se fazerem reconhecidas enquanto
pessoas humanas.
E um movimento
social, filosófico e político que tem como objetivo direitos equânimes (iguais)
e uma vivência humana por meio do empoderamento feminino e da libertação de
padrões opressores patriarcais, baseados em normas de gênero. Envolve diversos
movimentos, teorias e filosofias que advogam pela igualdade entre homens e
mulheres, além de promover os direitos das mulheres e seus interesses
2. Experiência pessoal - por que sou
diferente dos meus irmãos? – conceito de ser mulher dentro de um modelo do ser
feminino questionado anos depois.
3. Experiência política - em uma história de
ativismo nos movimentos sociais e de mulheres em Belém – década de 1980 - na luta pelos presos políticos em que suas mulheres permaneciam nna porta das prisões, com os movimentos para que a polícia não tirasse os presos de lá e sumisse com eles.
4. Experiência acadêmica – pós-graduação
sobre a presença das mulheres nas atividades políticas e partidárias – pesquisa
sobre as Ligas femininas partidárias na Primeira e Segunda República, no Pará,
sobre o sufragismo em Belém – e minha presença intensiva nos movimentos de
mulheres - desde meados e final da
década de 1980
5. Experiência de objetivo de vida – hoje vive o
feminismo através do processo de disseminação da cultura política anti-sexista
(machista) que domina a sociedade ao explorar os modelos de mulheres e homens
criados pelo patriarcado, hoje tratado como patriarcado contemporâneo.
AS VÁRIAS FORMAS DE
ATIVISMO FEMININO EM BELÉM E NO PARÁ (há algum tempo)
a) Das operárias em busca de melhorias de sua
condição de trabalho e salários – greves – década de 1910-1920
b) Do movimento sufragista na década de 1930
– e a organização das mulheres trabalhadoras em função das mudanças na
legislação trabalhista e a organização do Departamento Paraense pelo Progresso
Feminino – DPPF (presidido por Elmira Ribeiro Lima) integrado à FBPF –
Federação Brasileira pelo Progresso Feminino organizado por Bertha Lutz e cuja
assessora era a advogada Orminda Ribeiro Barros – nascida em Manaus, mas criada
e formada em Belém (professora de grego no Colégio Paes de Carvalho);
c) Dos Clubes de Mães – criados na década de
1970 e em seguida apropriados pelos movimentos sociais transformando-se em
Movimento do Custo de Vida, conhecido pelo caráter de mobilização contra a
ditadura. Em plena ditadura militar, o Movimento do Custo de Vida enfrentou a repressão
na Praça da Sé, contestando o regime militar. (Movimentos e Movimento de
Mulheres: O Caso do Clube de Mães da Baia do Sol – Josinete Pereira Lima – TCC
2000/DCP/IFCH/UFPA);
d) Dos movimentos de mulheres de associações
cristãs (ACF, MOPROM) e Clube de Mães, mulheres de Conselhos municipais, associações de
mulheres de partidos (UBM, MMCC), do movimento negro (- CEDEMPA -Nilma Bentes, Fátima Silva) e do Fórum paraense – década de 1980 (1986);
e) Dos grupos de estudos sobre a questão da
mulher em meados da década de 1990; criação do GEPEM/UFPA(1994) e integração com os
movimentos de mulheres – através da FASE, do MAMA, do FMAP;
f) Da articulação dos Fóruns com os
movimentos de mulheres e as pesquisadoras integradas aos estudos e pesquisas
sobre a situação das mulheres e neste momento incluindo-se à teoria de gênero
na perspectiva feminista – teoria crítica feminista – ver como a antropologia
clássica tratava da teoria de gênero – Mireya Suárez;
g) Criação de inúmeros movimentos de mulheres
no Pará – das várias áreas; das várias ideologias (liberal, socialista, emancipacionista).
h) Organização pelo GEPEM, na UFPA, de quatro "Encontro Amazônico sobre Mulheres e Gênero".
h) Organização pelo GEPEM, na UFPA, de quatro "Encontro Amazônico sobre Mulheres e Gênero".
h) A MAIORIA DOS MOVIMENTOS DE MULHERES NÃO REGISTRA O DE SER FEMINISTA MAS SEMPRE TRATOU DOS DIREITOS DAS MULHERES.
No momento atual – na
efervescência dos debates para enfrentar a desigualdade
em direitos, o movimento feminista se inscreve em várias frentes. Hoje as
feministas da Amazônia paraense (que são/estão nos movimentos de mulheres sem ostentar o termo), como as suas congêneres mundiais, estão em
todas as frentes em que se faz necessário lutar pelos direitos humanos. Dizer
que elas estão lutando só pelos seus problemas é estar de fora da filosofia
feminista atual que tem um leque de demandas para criar o emblema do
reconhecimento da diversidade. Lutamos pela incompetência da parcialidade dos
direitos, lutamos contra uma cultura segregacionista, pela plena diversidade, lutamos pela amplitude do
abraço a todos os seres humanos que estão sem direitos.
O I ENCONTRO DE MULHERES DA UFPA continua a sua programação até o dia 08/03 culminando com um ato público celebrando o Dia Internacional da Mulher (cf. http://emufpa.blogspot.com.br/)
O I ENCONTRO DE MULHERES DA UFPA continua a sua programação até o dia 08/03 culminando com um ato público celebrando o Dia Internacional da Mulher (cf. http://emufpa.blogspot.com.br/)
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